domingo, 19 de julho de 2009

HISTÓRIA ESPIRITUAL Nº 22
Ao despertar de um novo dia recebi a visita de um antigo companheiro das lides terrestres. Trabalhávamos os dois em socorro das vitimas de suicídio, quando ele deixou o trabalho e foi trabalhar no hospital socorrendo as vitimas de desencarne em acidente. Abraçamo-nos e depois dos cumprimentos usuais ele me contou o verdadeiro motivo da sua visita. Disse que tinha um companheiro de trabalho que achava que seu trabalho era inútil, queria passar para algo mais abrangente em socorro das vitimas de desencarne. ___Mas, que é isso! Todo trabalho de socorro é útil, seja lá qual for. ___Foi o que disse para ele, mas não consigo convencê-lo. Então me pediu para ver se tinha uma vaga para ele na sessão de suicidas. ___Ora, vagas sempre temos, mas é preciso fazer um curso antes de começar a trabalhar. Lidar com o suicida é muito difícil, tem uns que se arrependem, pedem perdão e é fácil encaminhá-los para o hospital da Colônia, mas têm outros que alem de não de arrependerem-se acham que foram os maiores injustiçados. Que Deus nunca olhou por eles. Fica difícil lidar com um descrente ainda todo ferido e sofrendo as conseqüências de seus atos. ----É eu sei fica difícil convencer uma pessoas que acha que o que ele fez era para acertar sua vida. Depois não se convencem que acabaram de destruir mais ainda seu destino. ___Pede para ele vir conversar comigo. Quem sabe eu o convenço como é difícil ajudar os suicidas. ___Não precisa não, seu Dino, estava aí fora e ouvi toda a conversa entre vocês. Mas eu tenho um motivo muito forte para isso. Estou disposto a enfrentar o que for, mas tenho que ajudar meu irmão que desencanou pelo suicídio e que pelo que sei continua em sofrimento lá no vale dos suicidas. ___Se for só por causa disso não precisa mudar de função, terei prazer em ajudá-lo no resgate desse irmão. ___Agradeço muito, mas eu mesmo tenho que fazer isso, porque foi por minha causa que ele se suicidou. Quero ajudá-lo e assim ter a consciência mais tranqüila. ----Tudo bem, é um direito seu, mas vamos lá para ver se podemos dar uma ajuda. Chegamos ao vale dos suicidas, tudo enegrecido, cheio de lodo e fogo por todo lado, tinha irmãos agarrados nas pedras e pedindo socorro. A cena era muito dolorida. ----Ele está ali, naquele canto, tenho vindo diversas vezes para ver se ajudava por isso queria me especializar nesse processo. ___Tudo bem, deixa comigo primeiro. ___João, somos amigos, queremos ajudá-lo. -----Tira esse traidor daqui. Não quero nem vê-lo. ___Está vendo, por isso você está nessa situação, ele veio aqui para ajudá-lo e pedir perdão. ___Depois que ele me roubou a mulher, não tive mais sossego, só faltou eu desistir da vida de tanta dor. E foi o que eu fiz. ___Mas como você já viu a vida continuou. Você sofre a mesma coisa, e para tudo dá um jeito, quanto mais existe amor de irmão que ele tem por você. ___Sim, João você se enganou, eu estava apenas consolando sua mulher depois da surra que você deu nela. Não tinha nenhum caso de amor entre nós. Como poderia eu roubar você dela? Sempre tive muita consideração por você. Tudo foi um tremendo engano. ___Quer dizer que vocês não me traíram? ___Não João. Estou aqui para ajudá-lo a se arrepender de seu ato e recuperá-lo para uma nova vida. João caiu num pranto sentido e se ajoelhou no chão pedindo perdão a Deus pelo seu engano, e pelo seu ato. ___Calma João, vamos limpá-lo agora, curá-lo e enviá-lo para o hospital da colônia. Deus é nosso Pai e quer que todos sejam felizes. ___Obrigado Dino, acho que vou ficar no meu setor mesmo, este aqui é muito difícil. Quem sabe algum dia quando estiver mais preparado. ___Será um prazer ter conosco. Agora abrace teu irmão e o ajude a encaminhar para o hospital. ___Lembre-se Deus é todo misericórdia, e perdoa todos os nossos erros bastam termos em mente a fé em sua bondade suprema. DINO